Estes dias de Mundial de Roma são realmente fantásticos. Nada que seja comparado a uma Olimpíada, mas realmente a superação, a força e a técnica chamam a atenção. Assim como no Atletismo, as provas da Natação revelam uma realidade dura do esporte individual nacional.
César Cielo! Fantástico! Fenomenal! Mas nada disso "Made in Brazil". Cielo, obviamente iniciado na Natação no Brasil, viu que apenas no exterior sua carreira e performance poderiam ter uma evolução. E assim foi feito. Inscreveu-se numa universidade americana, começou a treinar forte, com dedicação máxima, e assim pôde ver os resultados chegando.
Tudo isso renunciando a amigos, família e, de certo modo, à própria vida. Investindo em si mesmo, com os recursos que tem, porque caso contrário nada lhe haveria. Por isso eu digo que muito (ou quem sabe tudo) da cor da medalha que ele hoje carrega no peito não tem nada de verde-amarela, mas simplesmente "colore del Cielo".
Este auto-investimento não é exclusividade dele, Muitos outros nadadores e atletas, como Jadel Gregório, precisam sair do país para poderem se submeter a uma nova realidade: a do alto rendimento e excelência. O próprio país oferece um limite ao crescimento dos mesmos.
Por isso, insisto e afirmo. Sem a profissionalização e fiscalização das confederações esportivas no Brasil, continuaremos a depender, cada vez mais, de esforços individuais como o de Cielo para ver a bandeira brasileira hasteada no ponto mais alto. Tomemos como exemplo o vôlei que hoje representa um nível de competência no esporte capaz de se tornar referência.
Parabéns, Cesar Cielo. O Brasil tem orgulho de você. Mas seu próprio país não merece suas lágrimas no pódio.